domingo, 6 de junho de 2010

A EXCELÊNCIA DO MINISTÉRIO


Textos: Sl. 131.1 - Jr. 45.1-5.
irmaoteinho@hotmail.com


OBJETIVO: Ressaltar que a excelência do ministério cristão repousa na busca prioritária pela glorificação de Deus.

INTRODUÇÃO: Há uma crise no ministério cristão mundial, mas não se trata de um fenômeno recente. Paulo experimentou críticas e oposições por causa da sua opção ministerial. Mas nos dias atuais, os ministros de um pseudo-evangelho são os principais responsáveis, pois transformaram o chamado em profissão. No estudo desta semana, veremos a respeito da excelência do genuíno ministério cristão. Partiremos do exemplo de Baruque, e, ao final, destacaremos o propósito do ministério excelente: a glória de Deus.

1. BARUQUE, UM MINISTRO: Durante o quatro ano do reinado de Jeoaquim, por volta de 605 a. C., Baruque, o ministro do Senhor, recebe uma mensagem de repreensão por se encontrar deprimido e temeroso em relação ao futuro. A tristeza desse homem resultara da percepção das implicações das profecias de Jeremias. Diante da sua angústia, o profeta precisou lembrar Baruque da tristeza do próprio Deus em relação à calamidade inevitável que viria sobre a nação. A partir de Jr. 45, depreendemos que Baruque, esse fiel servo de Jeremias, que registrou suas profecias, tinha um irmão no palácio oficial e que rejeitara um cargo ali a fim de acompanhar Jeremias. Todos os homens e mulheres de Deus tiverem companheiros fiéis para lhes dar o suporte necessário. Moises teve seus setenta anciões; Davi, seus homens poderosos; Paulo, seus auxiliadores, tais como Timóteo, Tito e Silas. Do mesmo modo, devemos agradecer a Deus pela companhia que Jeremias pode ter através do secretariado de Baruque. Graças a esse ministro temente a Deus, podemos ler, atualmente, os escritos do profeta do Senhor. Nem todos são chamados para serem pastores ou profetas, mas graças a Deus pelos “baruques”, os humildes servos do Senhor que trabalham à surdina, com vistas exclusivamente ao crescimento do Reino de Deus. Mesmo assim, esse temente homem de Deus se deprimiu ao testemunhar a mensagem de juízo (Jr. 45.3). Mas o Senhor deu-lhe uma mensagem de encorajamento a fim de que esse não colocasse sua esperança no futuro de Judá e para que se tranqulizasse, pois sua vida seria preservada, haja vista ter ele priorizado a Palavra de Deus (Mt. 6.33), pois tal como João Batista, valorizou a obra de Deus, e menos a ele mesmo (Jo 3.30). Aqueles que temem ao Senhor sabem que a provação (I Pe. 4.12-19) produz ouro puro (Jó. 23.10).

2. O MINISTÉRIO NA BÍBLIA: O ministro, no Antigo Testamento, em hebraico, é sarat e donota aquele que serve, associado ao que auxilia nos serviços reais (II Sm. 13.17; I Rs. 10.5; I Cr.27.1; 28.1; Et. 1.10). O ministro normalmente desenvolvia algum trabalho para indivíduos de status proeminente, tal como José, que servia a Potifar (Gn; 39.4). Mas o uso mais comum desse termo se dá no contexto da adoração ao Senhor (Nm. 16.9; Dt. 10.8; Ez. 44.15-16) Os ministradores do Senhor, no Antigo Pacto, eram os levitas (I Cr. 16.4, 37), ainda que essa não fosse uma regra geral (I Sm. 2.11, 18; 3.1). No Novo Testamento, o ministro é, em grego, um diakonos, alguém que serve. Paulo refere-se a si mesmo com esse termo, ressaltando o caráter sacrifical do ministério cristão (II Co. 6.1-4) de um novo pacto (II Co. 3.6), de justiça (II Co. 11.15), de Cristo (Cl. 1.7), de Deus (II Co. 6.4) do evangelho (Ef. 3.7) e da igreja (Cl. 1.25). Jesus é o maior exemplo de serventia para o cristão, seja ou não obreiro. Paulo nos diz que Ele tomou a natureza de servo (Fp. 2.7; Lc. 4.8), em consonância com o servo sofredor de Is. 53. A diakonia, que costuma ser reduzida ao cargo eclesiástico, diz respeito ao ato de servir aos outros no Corpo de Cristo (At. 4.32-37; II Co. 9.13). O exercício efetivo do ministério, por meio dos pastores, evangelistas, mestres, apóstolos e doutores visa à edificação da Igreja (Ef. 4.11,12)

3. PARA A GLÓRIA DE DEUS: Embora o ministério cristão, em especial os pastorado, seja instrumento de descrédito, as palavras de Paulo, em I Tm. 3.1 continuam aplicáveis. Aqueles que almejam o pastorado, excelente obra almejam. Mas é preciso que os critérios recomendado pelos apóstolos, no contexto desse versículo, sejam considerados. Infelizmente, muitos estão adentrando ao ministério tão somente para auferir status, poder ou dinheiro. Como conseqüência, a profissionalização do ministério está substituindo o genuíno chamado. A politicagem eclesiástica também causa danos sérios às igrejas. Há pastores que hoje são chamados pastores e não pastores chamados. Eles servem apenas a si mesmos, não buscam dar a glória a Deus. Esses falsos ministros receberão, do Senhor, a paga no tempo devido. Os ministros que vivem em simplicidade, que se dedicam a ministração da Palavra, que vivem exemplarmente estão sendo descartados. Enquanto isso, aqueles que fazem marketing pessoal, que mercadejam a mensagem, que fazem concessões ao evangelho, obtêm maior existo. Mas é preciso ressaltar que o trabalho do Senhor não é avaliado por critérios humanos. Os ministros aprovados por Deus são aqueles que não têm do que se envergonhar e que manejam bem a Palavra da Verdade (II Tm. 2.15). Quando o Supremo Juiz julgar as obras dos ministros, muitos daqueles que ostentaram fama, glória e riqueza ficarão envergonhados. O Senhor lhes dirá que eles já receberam o galardão que tanto desejaram.

CONCLUSÃO: Baruque é um exemplo de ministro fiel para os dias atuais. Ao invés de buscar o êxito pessoal, o auxiliar do profeta estava preocupado com a nação. Oramos ao Senhor da seara para que Ele envie obreiros (Lc. 10.2) que sirvam com amor, e principalmente, com humildade. Que o Senhor nos dê pastores que entendam o real significado da diakonia e sigam o exemplo de Cristo ao lavar os pés dos seus discípulos (Jo. 13.4,5). PENSE NISSO!


Deus é Fiel e Justo!

domingo, 30 de maio de 2010

O VALOR DA TEMPERANÇA

O VALOR DA TEMPERANÇA


Textos: Ef. 5.18 - Jr. 35.1-5,8,18,19.
irmaoteinho@hotmail.com


OBJETIVO: Ressaltar a relevância da temperança para a igreja cristã a fim de que seus membros não se conduzam pela concupiscência da carne.

INTRODUÇÃO: Os seres humanos vivem sob a esfera do desejo. Há quem diga que a forma de vencer a tentação é, ao invés de resistir, entregar-se. O ensinamento bíblico, no entanto, instrui à temperança. No estudo desta semana, a partir do exemplo dos recabitas, estudaremos sobre a importância da temperança. Ao final, enfatizaremos a relevância desse ensinamento e dessa prática na vivência da igreja cristã.

1. A ORIGEM DOS RECABITAS: O capítulo 35 de Jeremias relata o acontecimento do reinando de Jeoaquim. Nesse período, entre 599 e 597 a. C., Jeremias testa a fidelidade dos recabitas, uma comunidade religiosa, cujo fundador havia sido Jeonadabe ben Recabe (II Rs. 10.15-31), que participara ativamente da destruição da família de Acaba (por volta de 840 a. C.) e do massacre contra os profetas de Baal. Os recabitas eram queneus (Jz. 1.16; I Cr. 2.55), e provavelmente, habitavam como nômades no deserto (I Sm. 15.6). Nos tempos de Jeremias eles habitavam as montanhas de Judá. O modo de vida deles, conforme imposto pelo seu pai Jonadabe, proibia a habitação em casas ou fazendas e a produção e o consumo de vinho. Destacamos, porém, que esse estilo de vida não havia sido imposto por Deus, mas pelos antepassados. Se as práticas dos recabitas eram certas ou erradas não vem ao caso no estudo desta semana. Nem mesmo a posição de Jeremias, ao incitá-los ao consumo de vinho, sendo esse um recurso didático, isto é, uma lição que o profeta pretendia dar ao povo de Israel, através do exemplo dos recabitas. Lição essa que pode muito bem ser aplicada aos cristãos, a fim de que esses exercitem a prática espiritual da temperança.

2. RECABITAS, UM EXEMPLO DE TEMPERANÇA: Ainda que não fosse proibido o consumo de vinho entre os judeus na época de Jeremias, os recabitas, em obediência ao seus antecipados, não aceitaram a proposta do profeta: “Mas habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos ordenou Jonadabe, nosso pai” (Jr. 35.10). Os princípios desses homens foram reconhecidos e recompensados pelo Senhor, pois serviram de instrução para os habitantes de Judá daquele tempo (Jr. 35.18,19). Isso porque a atitude dos recabitas deveria servir de exemplo para os líderes de Judá. Se o mandamento de um homem, Jeonadabe, era respeitado e obedecido pela sua família, por mais de duzentos anos, porque o povo de Judá não fazia o mesmo em relação aos princípios do Altíssimo? Se as palavras de homens eram colocadas em tal patamar, por que não as palavras do Senhor, expressas pelos profetas repetidamente? A dedicação que determinadas pessoas têm pelas tradições familiares, e mesmo por suas religiosidades, devem servir de reflexão para os cristãos, a fim de que esses possam atentar para o valor da Eterna Palavra de Deus. Somente para ilustrar, no filme Carruagens de Fogo, baseado na história real do missionário escocês Eric Liddell, mostra uma cena na qual o jovem competidor cristão se indispõe a participar de uma corrida porque essa se realizará no dia do Senhor. O líder do seu país, ao invés de criticá-lo, o elogia pela firmeza em seus princípios. O principal desafio para os cristãos, em meio a uma sociedade sem princípios, é manter os ensinamentos da Escrituras, não apenas em palavras, mas, principalmente em ações.

3. O CRISTÃO E A TEMPERANÇA: A palavra “temperança”, também traduzida por autocontrole e domínio próprio, é enkrateia no grego do Novo Testamento. Em sua forma nominal – como substantivo – aparece três vezes, em Gl. 5.22 0 para designar um dos aspectos do fruto do Espírito; At. 24.25 – quando Paulo se dirigia ao governador Felix; e II Pe. 1.6 – compondo a lista uma das listas das virtudes cristãs. Em I Co. 9.25 Paulo usa essa palavra na forma verbal para referir-se à disciplina criteriosa dos atletas em treinamento. Do mesmo modo se refere o Apóstolo, em I Co. 7.9, para ressaltar a importância de o crente ter domínio sobre os desejos sexuais. Entre os filósofos gregos, Platão e Aristóteles, essa palavra fora utilizada para descrever o ascetismo, isto é, a abstinência dos desejos. Em Rm. 8.5-9 Paulo mostra o segredo da temperança. Para esse, em consonância com Ef. 5.18, a temperança é resultado de uma vida controlada pelo Espírito. O cristão controlado pelo Espírito, anda nEle e produz o Seu fruto (Gl. 5.22). É necessário destacar que não se trata de ascetismo, pois, já nos tempos de Paulo, havia quem pregasse a total abstenção da carne e do casamento (I Tm. 4.3,4). A temperança na vida do cristão deva ser apresentada através do equilíbrio no falar (Tg. 3.2), dos desejos sexuais (I Co. 7.9; I Ts. 4.3-8), no cotidiano (I Co. 6.12-20), no uso do tempo (Lc. 12.35-48; I Ts. 5.6-8), no domínio da mente (Rm. 13.14; Fp. 4.8).

CONCLUSÃO: Jesus é o maior exemplo de temperança para o cristão. Pois ele, muito embora tenha sido tentado em tudo, não pecou (Hb. 4.15). Com base na experiência da tentação de Jesus, registrada em Lc. 4.1-13, podemos aprender, para o desenvolvimento da temperança, que é fundamental o contato contínuo com o Espírito Santo. A mente do cristão deva estar voltada para Deus, edificada pela Palavra do Senhor e pela oração, na prática de disciplina do domínio próprio. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

domingo, 16 de maio de 2010

O PODER DA VERDADEIRA PROFECIA


Textos: Is. 8.20 - Jr.28.5-12,16,17.
irmaoteinho@hotmail.com

OBJETIVO: Alertar aos cristãos quanto ao uso apropriado do dom de profecias, bem como a utilizar os critérios bíblicos para julgar as falsas profecias.

INTRODUÇÃO: No estudo desta semana, veremos a respeito do valor da verdadeira profecia. Para tanto, definiremos, no início do estudo, a profecia bíblica. Em seguida, contextualizaremos o texto bíblico em foco, que aponta Hananias como um falso profeta. Essa análise servirá na análise das falsas profecias. Ao final do estudo, abordaremos o uso do dom espiritual da profecia na igreja.

1. DEFININDO A PROFECIA BÍBLICA: No Antigo Testamento, a palavra profecia é naba, cujo sentido primário é “anunciar” ou o de “ser chamado”. O fenômeno da profecia não se limitava a Israel, já que os profetas de Baal, no Carmelo, também profetizaram (I Rs. 19.29). Mas tais profecias não tinham o aval divino. O Deus de Israel chama seus profetas para denunciar os erros dos governantes, ainda que esses tenham o apoio de falsos profetas ( I Rs. 22.1-28). Os profetas Jeremias e Ezequiel também se posicionaram contra aqueles que profetizavam de acordo com os intentos pessoais (Jr. 14.14-16. Ez. 11.4; 13.2). Diferentemente dos falsos profetas, o verdadeiro profeta não fala de si mesmo, mas em nome do Senhor. Para evitar que o povo fosse conduzido pelo engano, fazia-se necessário testar as profecias, avaliar se as palavras provinham do Senhor (Dt. 18.21,22; 13.1-3) e se a vida do profeta condizia com o que proclamavam (Jr; 23.9-13). No Novo Testamento, a profecia, propheteia em grego, é uma predição a respeito do futuro, ainda que, em sentido amplo, se refira a todo e qualquer anúncio feito a partir de Deus (Ap. 19.10; 11.6). Há citações constantes, ao longo do Novo Testamento, às profecias do Antigo Testamento (Mt. 13.14; II Pe. 1.10,20; Jd. 14). João Batista (Lc. 1.76) e Jesus (Mt. 21.11; Jo. 4.44) são reconhecidos como profetas. Mas existem outras menções a profetas no Novo Testamento, tais como Judas e Silas, que encorajavam os irmãos (At. 15.32) e Ágabo que predizia o futuro (At. 21.10,11).

2. HANANIAS, UM FALSO PROFETA: Jeremias, por volta do ano 594 a C., teve um encontro com um falso profeta que estava animando e consolando o povo, com palavras de paz. Seu nome era Hananias e se destacava por não levar a sério a proclamação de juízo de Jeremias. O Profeta estava ciente da verdade em suas palavras, pois havia sido o próprio Senhor que havia falado. O cumprimento cabal da mensagem profética iria demonstrar, àquele falso profeta e a todo o povo descrente, que Deus velava pelas suas palavras para cumpri-las. A resposta de Jeremias, à incredulidade do falso profeta, foi sarcástica, disse ele: “Amém! Assim faça o Senhor; confirme o Senhor as tuas palavras, que profetizaste, e torne ele a trazer os utensílios da casa do Senhor, e todos os do cativeiro de Babilônia a este lugar” (v. 6). Dentro de poucos dias o povo de Judá estaria debaixo do jugo de Nabucodonozor, o rei da Babilônia. Aqueles que falam em nome do Senhor, em conformidade com a Sua Palavra, não precisam se exasperar, basta apenas esperar, pois passará os céus e a terra, mas não a Palavra que o Senhor falou (Mc. 13.31). No caso específico de Hananias, sua incredulidade resultou em ruína e sua morte foi iminente. O julgamento imediato de uma pessoa, com a morte imediata, como aconteceu com os seguidores de Coré (Nm. 16), Uzá (II Sm. 6), Hananias (Jr. 28.17), Pelatias (Ez. 11.13) e Ananias e Safira (At. 5.1-11) não pode ser generalizada, mas também não pode ser descartada, pois o Senhor, em Sua soberania, age como quer. Essa verdade deve motivar à obediência, afinal, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb. 10.31).

3. O DOM ESPIRITUAL DE PROFECIA: Em I Co. 14 Paulo elenca os dons espirituais que atuam na igreja, com vistas à edificação do Corpo de Cristo. Dentre eles o da profecia, o qual recebe certa singularidade, haja vista sua função espiritual, comparada a de falar línguas, uma vez que quem fala línguas edifica apenas a si mesmo, e quem profetiza edifica toda a igreja (I Co. 14.1-4). Ainda assim é necessário que o dom profético seja manifestado com decência e ordem. Entre os que profetizam apenas dois ou três podem falar, e devem saber que a profecia está sujeita a julgamento. Como os bereanos, os crentes, na igreja, devam julgar a profecia à luz da palavra de Deus (At. 17.11). Isso porque existem profecias que partem dos próprios sentimentos humanos (At. 21.4,12). Alguns princípios devam ser observados em relação ao dom de profecia:

1) Qualquer crente que tenha experimentado o enchimento do Espírito pode profetizar (At. 2.16-18);
2) A igreja não deve ter o dom profético como infalível (I Jo. 4.1; I Ts. 5.20,21);
3) Toda profecia precisa ser avaliada pela Palavra de Deus e contribuir para a santificação da igreja;
4) A direção do Espírito, através da profecia, é dada à igreja (I Co. 12.11).

Portanto, urge que a igreja valorize os dons espirituais, principalmente o da profecia. Nesses tempos materialistas, há igrejas que não mais se importam com os dons espirituais. A esse respeito é válida a recomendação de Paulo: “Não extingais o Espírito” (I Ts. 5.19). Mas é preciso também atentar para o fruto do Espírito, pois o amor é o caminho sobremodo excelente (I Co. 13) e o andar no Espírito uma instrução para todo crente (Gl. 5.22).

CONCLUSÃO: Existem profecias que são falsas e verdadeiras. O Espírito Santo, porém, não é Deus de confusão. Por essa razão, não precisamos fugir das profecias dadas pelo Senhor. Antes devemos buscar com zelo os dons espirituais, dentre eles o de profetizar. Em relação às falsas profecias, como Jeremias, precisamos estar atentos à voz de Deus. Quando conhecemos a revelação de Deus, as profecias falsas são facilmente identificadas. As profecias verdadeiras, por sua vez, atuam poderosamente sobre a igreja, exortando, consolando e edificando os crentes (I Co. 14.3). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

domingo, 9 de maio de 2010

O CUIDADO COM AS OVELHAS


Textos: Jo. 10.11 - Jr.23.1-4; Jo. 10.1-5.
irmaoteinho@hotmail.com
drclebercouto@hotmail.com

OBJETIVO: Alertar os obreiros para o cuidado em relação às ovelhas de Cristo, o Bom Pastor, a fim de não serem envergonhados quando se apresentarem perante Ele.

INTRODUÇÃO: O pastorado moderno se transformou numa profissão. A maioria dos pastores atuais perdeu o senso de vocação. No estudo desta semana visa corrigir esse equívoco, e mostrar que, já no tempo de Jeremias, existiam pastores que não apascentavam o rebanho. Em seguida, destacaremos algumas instruções às quais os pastores do Senhor devam atentar na condução das ovelhas. Ao final, apontaremos para Jesus, o Exemplo Maior de um Bom Pastor.

1. PASTORES QUE NÃO APASCENTAM: No Antigo Testamento, era o ra’ah, cujo sentido primário é o de “alimentar”, “dar pastagem”. Os pastores são os líderes de modo geral (I Rs. 22.17; Ez. 34.5; 37.24; Zc. 11.16; 13.7). Deus se revela, em Sl. 23.1; 80.1; Is. 40.11; Jr. 31.10, como o pastor de Israel. No Novo Testamento, pastorear vem de poimen, substantivo que significa, como em hebraico, “apascentar, alimentar”. Em Ef. 4.11, os pastores são apresentados como dádivas ministeriais de Cristo para a edificação da igreja. Infelizmente, nem todos os pastores se adequam ao modelo bíblico. Apascentam apenas a si mesmos, não têm qualquer cuidado pelo rebanho. Nestes dias difíceis, o pastorado está sendo confundido com uma profissão. Os pastores exploram as ovelhas, extorquem suas peles a fim de satisfazerem suas ganâncias pessoais. Os pastores de Judá, ao invés de darem o exemplo, tornaram-se falsos líderes (Jr. 23.1,8; 10.21). No tempo de Jeremias, os pastores não conduziram sabiamente o rebanho de Deus. Eles perderam a misericórdia e passaram a explorar as ovelhas. Os líderes, guiados pela idolatria, tornaram-se responsáveis diretos pelo julgamento iminente. O termo pastor, no contexto da passagem, se refere a toda liderança de Judá. Os reis, os sacerdotes e os profetas, todos eles deveriam se portar decentemente perante o povo, ele, no entanto, fizerem um pacto para desobedecer ao Senhor, e pior que isso, justificaram que tudo o que faziam era a vontade Deus. Hoje, do mesmo modo, há pastores que tudo fazem, até mesmo vão de encontro à Palavra de Deus, justificando que estão agindo em prol do “reino de Deus”.

2. O CUIDADO COM AS OVELHAS DO SENHOR: O pastor, de acordo com a própria etimologia da palavra, deve alimentar e proteger as ovelhas. O alimento que verdadeiramente nutre o rebanho é a Palavra de Deus. Infelizmente, os pastores estão substituindo essa refeição saudável por fast foods industrializados. Algumas igrejas evangélicas estão desnutridas, ainda que haja aparência de saúde. Isso porque os pastores não levam mais a palavra para os púlpitos. As mensagens de auto-ajuda, as histórias infundadas e os tristemunhos assumiram a proeminência na igreja. Para que o povo não se ausente da congregação, os pastores estão fazendo concessões. Alguns citam Paulo, dizendo que é preciso se fazer de tolo para ganhar a todos. O Apóstolo dos Gentios, no entanto, nunca abriu mão do genuíno evangelho. Na verdade, opôs-se frontalmente a todo evangelho que não fosse o de Jesus Cristo (Gl. 1.7-9). Os pastores que cuidam das ovelhas do Senhor devem, primordialmente, ter compromisso com a Palavra de Deus. Além disso, é preciso que amem o rebanho do Senhor, saibam, conforme revelou Paulo em Éfeso, que não são donos das ovelhas, por ainda que usem da autoridade, não podem ser autoritários. Um pastor que não ama tende a controlar as ovelhas pela força e, não poucas vezes, a exagerar na dose, supervalorizando o poder em detrimento do amor. O resultado são relacionamentos superficiais, fundamentados no medo e que, não poucas vezes, resultam em abuso espiritual, e não poucas vezes, em doenças psicossomáticas.

3. JESUS, O EXEMPLO DE BOM PASTOR: O pastor vocacionado por Deus segue o exemplo de Cristo, o Bom Pastor (Jo. 10.1-9). Os falsos pastores não entram pela Porta (Cristo), mas sobe por outra parte. O pastor comprometido com a obra é aquele que olha para Cristo, desejando glorifica-lo, fazendo tudo no poder que Ele outorga, pregando Sua doutrina, andando em Seus passos e se esforçando para conduzir os pecadores a Cristo. Os falsos pastores entram no ministério motivados por interesses mundanos e pela auto-exaltação, não pelo desejo de exaltar a Jesus. Esses conseguem arrebanhar uma multidão de incautas, pessoas simples que, por não conhecer a Bíblia, torna-se presa fácil dos seus caprichos. Mas não acontece assim com as ovelhas de Cristo, pois elas ouvem a Sua voz, e, diferentemente dos impostores, não são induzidos ao erro. A mensagem central do pastor de Cristo, não é ele mesmo, pois não depende do marketing pessoal, mas a Cruz de Cristo, sem a qual o evangelho se descaracteriza. Quando alguém encontra um pastor, nos moldes de Jesus, encontra a verdadeira liberdade. Isso porque um pastor segundo Cristo não põe fardos pesados sobre as ovelhas que ele mesmo não é capaz de carregar. Um pastor semelhante a Cristo não folga ao ver a ovelha errante pelo deserto, antes a busca amorosamente a fim de trazê-la ao aprisco.

CONCLUSÃO: Os pastores são dádivas de Cristo para a edificação da igreja. Mas nem todos os que se dizem pastores o são no sentido bíblico do termo. Um verdadeiro pastor busca, primordialmente, alimentar o rebanho. Os movimentos evangélicos modernos estão descaracterizando esse significado. Por causa disso, nos deparamos, nos dias atuais, com pastores que se ufanam em seus cargos, investem intensamente na auto-exaltação e cuidam apenas dos seus interesses. Diante de desmandos tais, convém, nesses últimos dias, orar para que o Senhor envie obreiros genuínos para a Sua seara, compromissados, sobretudo, com o Evangelho de Cristo. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A SOBERANIA E A AUTORIDADE DE DEUS

Textos: Rm. 9.21 - Jr.18.1-10.
irmaoteinho.@hotmail.com


OBJETIVO: Mostrar que Deus, em Sua soberania inquestionável, trata as Suas criaturas como bem lhe aprouve, portanto, devemos aprender a submetermo-nos à Sua perfeita, boa e agradável vontade.

INTRODUÇÃO: No estudo desta semana, veremos a respeito da soberania e autoridade de Deus. Primeiramente, analisaremos a visita de Jeremias à casa do oleiro. Essa visita servirá de instrução para que entendamos a soberania e a vontade de Deus. Ao final, destacaremos a relevância de observamos a vontade de Deus, haja vista ser essa boa, perfeita e agradável.

1. NA CASA DO OLEIRO: No capítulo 18, Jeremias recebeu uma instrução do Senhor a partir do trabalho do oleiro no manejo da argila. Essa era uma profissão bastante comum no Oriente Médio, nos tempos do Profeta. Na condução do seu trabalho, o oleiro dispunha de um par de pedra que circulavam atadas num eixo vertical; a inferior era girada pelo pé do oleiro e isto fazia com que a de cima também girasse a argila que estava no meio e recebia sua forma pelas mãos, à medida que a roda girava. Certamente Jeremias deva ter passado na casa do oleiro muitas vezes, mas, nessa ocasião especial, o Senhor lhe daria um ensinamento. O Profeta observou que, com freqüência, surgiam defeitos, fossem eles de forma, tamanho ou firmeza. Quando isto ocorria, o oleiro fazia uma massa informe do pote que estava fazendo e recomeçava sua tarefa, a fim de transformar a matério num recipiente útil. Através daquele ato, Jeremias ficou abismado com a capacidade do oleiro controlar o barro. Sem desistir, ele trabalhava o material até moldá-lo conforme seu intento. O Profeta aprendeu que Deus também tem o controle sobre o seu povo e dirige os destinos de acordo com Seus Planos (Rm. 9.19,20; 11.34). O ensinamento que aprendemos através da visita de Jeremias à casa do oleiro é que Deus também não desiste de nós. Nenhum fracasso em nossas vidas pode ser fatal, ainda que soframos as conseqüências dos pecados. Homens de Deus falharam, tais como Abraão, Moisés, Davi, Jonas e Pedro, mesmo assim, o Senhor os transformou em vasos úteis para a Sua obra.

2. A SOBERANIA E AUTORIDADE DE DEUS: Deus está no comando de todas as coisas, pois sustenta todas elas pelo Seu poder. A Bíblia confirma esse ensinamento ao ensinar que nenhum dos Seus planos podem ser frustrados (Jo. 42.2), e que Ele pode fazer tudo o que Lhe agrada (Sl. 115.3; 135.6) e que ninguém é capaz de resistir à Sua mão (Dn. 4.35). Tudo se encontra debaixo do Seu comando, os reis da terra (Pv. 21.1; Ap. 19.16); os acontecimentos humanos (Dn. 2,7; 4.17; Is. 55.11), os anjos de Deus (Cl. 1.16; I Rs. 22; Jo. 1.6; 2.1; Ne. 9.6; Ap. 4.18), os anjos rebeldes (Ef. 1.21; Fp. 2.10; Is. 45.22,23; I Rs. 22.19-22), e o próprio Satanás (Jô. 1.6; 2.1; Ap. 20.2). Mas isso não dispensa a doutrina bíblica do livre-arbítrio, pois Deus, soberanamente, permite que o ser humano responda à Sua vontade. Quando a Bíblia trata a respeito da predestinação, aborda-a em seu sentido coletivo, tanto em relação à Israel quanto à igreja (Ef. 1.11-13). Deus pode chamar as pessoas individualmente para o ministério, mas, para a salvação, deixa que elas decidam se querem se arrepender e crer no Filho Unigênito (Lc. 13.3; Jo. 3.16-18; 6.29; 11.40; 12.36). Somente através da fé o ser humano pode experimentar a salvação providenciada por Deus (At. 16.31; 17.30; 20.21), e essa fé, ao contrário do que afirma alguns teólogos, é nossa e não de Deus (Hb. 11.6; Rm. 3.22; 4.11,24; 10.9,14; I Co. 1.21; Gl. 3.22; Ef. 1.16; I Ts. 1.7; 4.14; I Tm. 1.16; Lc. 7.50; Rm. 4.5; Mt. 9.2).

3. SUBMETENDO-SE À VONTADE DE DEUS: Cabe ao ser humano, pela fé, responder à vontade de Deus. Por isso, Paulo, em Rm. 12.1,2, diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Em consonância com essa passagem, devemos lembrar que, “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8.28). A realização da vontade de Deus na vida do cristão, portanto, não é simplesmente uma imposição religiosa. Ela é boa, agradável e perfeita, não apenas para Deus, mas também para aquele que a observa. Por isso, há circunstância que não entendemos os propósitos de Deus, já que os pensamentos dEle nem sempre são os nossos pensamentos (Is. 55.7-9). Por essa razão, conforme instruiu Paulo aos crentes de Roma, temos a convicção que Deus está no comando de todas as coisas, mesmo aquelas que fogem de toda e qualquer compreensão. Ele está trabalhando na vida daqueles que responderam ao sacrifício de Cristo pela fé. Seu propósito maior é moldar nosso caráter a fim de que alcancemos o padrão para o qual Ele nos escolheu. Portanto, “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp. 1.6). Que o Sábio Oleiro trabalhe em nosso caráter, ainda que, para isso, tenhamos que passar por adversidades. Alegra-nos saber que Ele, em todas as circunstâncias, está conosco, e principalmente, não desistiu de cada um de nós.

CONCLUSÃO: Deus é soberano, Ele pode tudo, e sabe o que faz. As limitações humanas não são capazes de abarcar a grandeza de Deus. Mas esse Deus grandioso, soberanamente, quer se relacionar com os seres humanos. Para tanto, deu-nos o livre-arbítrio a fim de que encolhêssemos, entre segui-lo ou rejeitá-lo. Todos aqueles que se dobram perante a vontade de Deus descobrem, surpreendentemente, que esse é o melhor lugar para permanecer. A vontade de Deus, mesmo quando incompreendida, é sempre boa, agradável e perfeita. PENSE NISSO!  

Deus é Fiel e Justo!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

PODER DA INTERCESSÃO



Textos: I Sm. 12.23 - Jr.14.1-3,7,8,10; 15.1.
irmaoteinho@hotmail.com
OBJETIVO: Mostrar que orar é uma necessidade e interceder uma obrigação de todo cristão.

INTRODUÇÃO: Estaremos, no estudo desta semana diante de um dos mais sublimes textos do livro do profeta Jeremias. Essa porção da Escritura alterna poesia e prosa, num diálogo vigoroso entre Deus e o profeta. No início do estudo analisaremos a oração intercessória de Jeremias. Em seguida, trataremos a respeito da imediata resposta do Senhor. Ao final, compreenderemos alguns princípios cristãos para a prática da intercessão.

1. A INTERCESSÃO DE JEREMIAS: A desgraça assolaria, em breve, todo nação de Judá. Mesmo assim, o povo se negava a abandonar o pecado. Jeremias deseja interceder pelo povo, mas o Senhor, mais uma vez, adverte ao profeta da ineficácia da sua intercessão. Deus ignorará a intercessão do profeta porque o povo, premeditadamente, não se arrependerá. O Senhor acusa os falsos profetas por conduzirem Judá às falsas visões, adivinhações, vaidade e engano (Jr. 14.14). Tais falsários seriam os primeiros a sofrerem os julgamentos divinos quando a calamidade chegasse sobre a nação. Nos dias atuais, conforme nos antecipou o Senhor Jesus, existem muitos falsos profetas (Mt. 24.11; Mc. 13.22). De vez em quando aparece alguém que deseja se passar por Cristo. Dentro e fora das igrejas acumulam-se os falsos ensinadores, mestres que não atentam para a Palavra de Deus. A respeito deles, diz Judas em sua Epístola: “Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas; Ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações; estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas” (v. 12,13). A filosofia da auto-ajuda tem favorecido o surgimento de vários profetas do engano. Dizem ao povo que tudo está bem, que podem encontrar saída por conta própria, e que não precisam de Deus. Ao invés de proclamarem arrependimento, induzem as pessoas a massagearem o ego, e a viverem distanciadas de Deus. Os profetas do Senhor, neste tempo, devem continuar intercedendo e pregando ao povo, conduzindo-os à sã doutrina (II Tm. 4.1-5).

2. A RESPOSTA IMEDIATA DO SENHOR: A doutrina da intercessão é bíblica e deve ser observada pela igreja. Na história de Israel, Deus ouviu a intercessão de Moisés e Samuel (Ex. 32.11-14; Nm. 14.13-24; Dt. 9.18-20; I Sm. 7.5-9; 12.19-25). No caso de Jeremias, porém, a resposta do Senhor foi negativa (Jr. 14.11; 7.16; 11.14). De nada adiantaria interceder por Judá, pois a morte, a espada, a fome e o cativeiro seria inevitável. Não porque o Senhor não desejasse, mas porque Ele sabia, pela Sua onisciência, que o povo não daria ouvidos às palavras do profeta. Mesmo a religiosidade judaica não seria capaz de deter o julgamento, pois tudo não passava de mera exterioridade. As orações, jejuns e sacrifícios serviam apenas para ocultar a ausência de temor a Deus. Em relação aos falsos profetas, se o povo tivesse conhecimento da Palavra de Deus, saberia que eles não traziam uma revelação do Senhor (Dt. 18.20-22; Jr. 13.1-18; Is. 8.20; II Ts. 2.7-12). A resposta negativa de Deus não é uma demonstração de rejeição ao Seu povo. A disciplina faz parte do processo instrutivo de Deus (Pv. 3.11-12; Hb. 12.6). Está na moda uma teologia que valoriza apenas o amor de Deus, transforma-o num vovô bonachão, que a ninguém castiga, esquecendo que Ele, além de amor (I Jo.4.8), é também fogo consumidor (Hb. 12.29) e que a Sua ira permanece sobre aqueles que não crêem em Cristo (Jo. 3.36). A falta de temor ao Senhor está construindo uma geração de cristãos insubmissos à Palavra de Deus. Como nos tempos em que não havia rei em Israel, cada um faz o que bem entende (Jz. 22.21), a ortodoxia está sendo substituída pela pura subjetividade, o experiencialismo chega a ter maior valor que a Escritura. Para essa geração, a resposta de Deus é não, pois o sim de Deus somente se encontra em Jesus Cristo, fora dele, tudo o mais é mera especulação humana (II Co. 1.20).

3. A PRÁTICA CRISTÃ DA INTERCESSÃO: Ainda que Deus tenha instruído Jeremias para que não intercedesse pelos judeus, essa, porém, deva ser uma prática rotineira entre os cristãos. Aquele, conforme destacamos anteriormente, tratou-se de uma revelação específica para o profeta. Em hebraico, o verbo palal tem o sentido de interceder, o encontramos em I Rs. 8, nesse capítulo Salomão utiliza essa palavra 20 vezes intercedendo pelo povo de Israel. Moisés intercedeu pelo povo de Israel e obteve resposta (Nm. 11.2; 21.7; Dt. 9.20; I Sm. 2.25). Samuel intercedeu pelos israelitas (I Sm. 7.5; 12.19,23), bem como Esdras (Ed. 10.1) e Daniel (Dn. 9.4). Em grego, o verbo interceder é entunchanõ e pode ser encontrado em At. 25.24. Paulo utiliza essa palavra a fim de ressaltar o ministério do Espírito a fim de responder às necessidades dos santos (Rm. 8.27). Cristo é o Exemplo Maior de Intercessor, pois, no Céu, intercede, perante Deus, em nosso favor (Rm. 8.34; Hb. 7.25). Paulo orienta a interceder – enteuxis – por todas as pessoas, apresentando-as perante Deus (I Ts. 2.1).

CONCLUSÃO: Os cristãos precisam exercitar a intercessão. Essa prática, na verdade, é uma demonstração de amor pelos outros. Quando orarmos, devemos lembrar apenas de nós mesmos, mas também daqueles que se encontram em situação de privação. Temos razões e pessoas por quem interceder: os missionários que se encontram distantes da sua pátria anunciando o evangelho de Cristo; os obreiros que amorosamente militam pela causa do evangelho; os políticos que governam para que ajam com sobriedade; as crianças abandonadas que perambulam pelas ruas; os encarcerados que pagam suas infrações perante a lei; os enfermos que agonizam nas filas dos hospitais. Todos esses, e alguns outros mais, carecem das nossas intercessões. Devemos orar, mas também agir quando for necessário, suprindo, visitando e cobrando atuações justas. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

CHORANDO AOS PÉS DO SENHOR


Textos: Tg. 4.9 - Jr. 9.1-9.
irmaoteinho@hotmail.com

OBJETIVO: Ressaltar que somente o quebrantamento, demonstrando em choro aos pés do Senhor, pode trazer um grande e singular avivamento.

INTRODUÇÃO: Jeremias é um profeta que sente as dores do seu povo. A mensagem de julgamento não o insensibiliza. Uma demonstração dessa sensibilidade profético-espiritual se encontra no capítulo que estudaremos esta semana. Ele se derrama em lágrimas por causa da corrupção espiritual de Judá. Que esse estudo sirva para despertar a igreja do Senhor para buscá-LO, em lágrimas, pranteando pelos pecados do povo, e pelos nossos próprios pecados.

1. O CHORO DE JEREMIAS: Essa é uma passagem comovente das Escrituras na qual Jeremias pranteia pelos pecados do povo. Ele prefere viver no deserto a ver as coisas degradantes que acontecem na cidade, mas ele havia sido chamado para permanecer ali e anunciar com ousadia a Palavra de Deus (Jr. 40.6). O profeta descreve os pecados das pessoas nos seguintes termos: “como um arco eles curvam a sua língua; falsidade é o seu arco. Eles foram bem sucedidos na terra, mas não no interesse da verdade. Vão de um mal a outro...”. Eis aqui mais uma demonstração de que prosperidade material nada tem a ver com espiritualidade. Por ser o povo escolhido por Deus (Ex. 19.4-6), Judá achava que o culto ritual seria suficiente para não passar por qualquer ameaça inimiga. Ao invés de atentarem para a responsabilidade da escolha, o povo vivia em ostentação e vanglória. Nós, os cristãos, não podemos esquecer que a justificação não nos isenta da responsabilidade para a santidade (Rm. 6.1-2). O arrependimento, para Judá, era dispensável, tanto João Batista (Mt. 3.7-10), quando Jesus (Jo. 8.33) e Paulo (Rm. 2-4) passaram por essa resistência, não será diferente conosco. Como Jesus, em Lc. 19.41 e Paulo, em Rm. 9.1-5, Jeremias chorou devido a condição espiritual do seu povo. Será que ainda existem pregadores que choram pelas almas perdidas? Existem lágrimas nos olhos dos pecadores, daqueles que sofrem nas mais diversas circunstâncias, mas onde estão as lágrimas das igrejas? O culto ao entretenimento também está invadindo muitas igrejas, os cristãos deixaram de considerar as sábias recomendações de Tiago: “Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza” (Tg. 4.9).

2. A CALAMIDADE DE JUDÁ: A calamidade que sobrevirá sobre Judá causa emoções fortes em Jeremias. Ele consegue descrever a destruição da nação em cores vivas, destacando que as pastagens do deserto ficarão assoladas, onde antes o gado pastava (Ex. 3.1) e por onde vagavam aves e animais (4.25). Não muito em breve se encontraria apenas chacais em meio às ruínas em virtude da decadência espiritual (Jr. 9.7). Isso aconteceria porque o povo, em sua teimosia, não queria dar ouvidos à mensagem profética. Jeremias, corajosamente, denuncia a maldade dos pais que encorajam seus filhos a pecar, resultando em castigo (Ex. 20.5). Somente através do arrependimento e do reconhecimento da misericórdia e justiça de Deus o povo estaria seguro (I Co. 1.31; II Co. 10.17). O legalismo pode levar os cristãos à mesma situação. Como os crentes da Galácia, há quem despreze a verdade do evangelho pelas práticas religiosas (Gl. 1.7-9). A salvação não é pelas obras, mas pela graça, por meio da fé, não pelas obras para que ninguém se glorie (Ef. 2.8,9). Ainda que, já salvos, precisamos andar na luz, nas boas obras, para as quais fomos feitos no Senhor (Ef. 2.10). As boas obras do cristão são realizadas por meio do fruto do Espírito (Gl. 5.22). O fundamento é o amor, por meio do qual demonstramos que estamos verdadeiramente em Cristo (I Co. 13). A igreja cristã deva cultivar o amor, sem qual é impossível que haja unidade (Ef. 4.3). Em nossos dias, as pessoas não têm coragem de amar porque não têm coragem de sacrificarem-se (Jo. 3.16; I Jo. 3.16).

3. AOS PÉS DO SENHOR: Nos versículos 23 e 24 de Jeremias 9 está escrito: “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor”. Nestes versículos, encontramos os maiores valores dos tempos de Jeremias, ainda cultuados na sociedade moderna: conhecimento, poder e riqueza. Mas Deus não olha para uma nação atentando para a imponência das suas universidades, influência política ou armamentista ou seu desenvolvimento econômico. O interesse de Deus é que as pessoas se prostrem aos seus pés, que ajam com justiça, que demonstrem genuíno amor. É chegada a hora dessa nação se voltar para o Senhor nosso Deus. A educação é necessária ao futuro do país, mas não devemos buscar apenas um ensino com vistas à competitividade. É preciso que a educação invista na melhoria das vidas das pessoas, sobretudo com vistas à solidariedade, na diminuição das desigualdades sociais, na preservação do meio ambiente. A democracia é uma conquista que precisa ser preservada, mas pouco será feito enquanto os políticos não forem capazes de ter um espírito público, de buscarem o bem da nação e não o enriquecimento ilícito, a fim de satisfazerem interesses egoístas. A riqueza também precisa deixar de ser o valor máximo da sociedade contemporânea, o mercado não pode ser tratado como se fosse um deus. Enquanto estivermos dobrados aos pés de Mamon, será pouco provável que descubramos o valor de estar aos pés do Senhor. A maior glória que alguém pode buscar, em todo tempo, é a de servir a Cristo, e reconhecer que, nEle, somente nEle, encontramos a plenitude da vida. Quando isso acontecer, o conhecimento, o poder e a riqueza deixarão de ser o alvo neurótico da existência.

CONCLUSÃO: Quantos ainda estão dispostos a derramar suas lágrimas aos pés do Senhor pela nação? Infelizmente são poucos que ainda têm alguma sensibilidade espiritual. Estamos tão anestesiados pela competitividade e pela ambição que não conseguimos nos voltar para o próximo. O Senhor nos convida, neste tempo, a sentir a miséria do povo, a prantear por aqueles que se encontram distanciados da Palavra de Deus. A igreja tem um papel fundamental nesses últimos dias, e, cada cristão, precisa sentir-se responsabilizado e imbuído da tarefa profética de denunciar o pecado e conduzir o povo de volta aos caminhos do Senhor. PENSES NISSO!

Deus é Fiel e Justo!